quinta-feira, 11 de março de 2010
Reator argentino volta a fornecer molibdênio
O reator do centro atômico de Ezeiza, da Comisión Nacional de Energia Atómica (CNEA) da Argentina, retomou a produção de molibdênio-99 em 1º de fevereiro. A primeira remessa do molibdênio argentino chega ao Brasil na noite de 5 de fevereiro.
O material será processado e distribuído no dia 6 de fevereiro, sábado. Serão produzidos 169 geradores de calibrados para a segunda-feira, dia 8. Os geradores produzidos representarão cerca de 50% do total de geradores distribuídos pelo instituto na semana de 1º a 7 de fevereiro.
O Ipen processou e distribuiu, em 3 de fevereiro, quarta-feira, 93 geradores de tecnécio produzidos a partir do molibdênio importado da África do Sul, calibrados para o domingo, dia 6 de fevereiro. Cerca de 44 geradores de tecnécio-99m com atividade entre 500 a 2.000 miliCurie, foram importados da França, prontos para uso, durante o período de 1º a 7 de fevereiro. Durante esse período, o Ipen está importando, de Israel, 28 geradores de tecnécio-99m com previsão de distribuição até 7 de janeiro, domingo. Os geradores israelenses têm atividade de 1.500 e 2.000 miliCurie.
No total, o instituto prevê a distribuição de 341 geradores.
O tálio-201, empregado para análises cardíacas e recebido de fornecedor internacional, tem previsão de chegada em 7 de fevereiro, com produção e distribuição em 8 de fevereiro, segunda-feira, calibrado para 12 do mesmo mês. O radiofármaco é utilizado em substituição ao tecnécio-99m em determinados casos.
Previsão para retomada da operação no reator canadense
O reator canadense NRU, da Atomic Energy of Canadá Limites´s (AECL), um dos principais produtores de molibdênio-99m, tem previsão de retomar sua operação em meados de abril, após reparos que se iniciaram em maio de 2009 e que ocasionaram uma crise internacional no fornecimento do radioisótopo. Segundo boletim da AECL, dez dias após a retomada da operação, será possível iniciar o processamento de molibdênio-99.
A Gerência Comercial do Ipen comunicará a todos os clientes as atividades dos geradores de tecnécio que poderão ser fornecidos a cada semana.
A Gerência Comercial está à disposição dos clientes para esclarecimentos adicionais.
fonte:https://www.ipen.br/sitio/?idc=6560
segunda-feira, 8 de março de 2010
Áreas urbanas contribuem para presença de fósforo nas águas
Ana Carolina Athanásio / Agência USP
Altas concentrações do nutriente fósforo em bacias hidrográficas, como a do Tietê, em São Paulo, podem ter forte relação com o nível de ocupação urbana. Esgotos domésticos, efluentes liberados por indústrias e uso de fertilizantes em regiões rurais são fatores que ajudam a aumentar os níveis do nutriente no meio aquático e podem, consequentemente, acelerar o processo de eutrofização das águas.
As particularidades do rio Tietê, como as diversas formas de uso e ocupação da bacia, elevada extensão territorial, presença de reservatórios e a variação da qualidade da água durante seu percurso foram ponto de partida para que a pesquisadora Claudia Maria Gomes de Quevedo iniciasse um estudo de caso relacionando as atividades humanas e a dinâmica do fósforo.
De acordo com o estudo de mestrado As atividades do homem e a evolução da dinâmica do fósforo no meio ambiente, , em áreas com alta concentração populacional, como a região metropolitana de São Paulo, os níveis de fósforo no Tietê foram mais altos se comparados às regiões tipicamente agrícolas na bacia. Claudia teve como orientador o professor Wanderley da Silva Paganini, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.
Segundo ela, “as concentrações de fósforo verificadas ao longo dos anos nas águas do Tietê são mais expressivas em áreas fortemente povoadas provavelmente devido ao esgoto doméstico, especialmente pelo uso de detergentes e saponáceos. Nas regiões menos urbanizadas da bacia e com intensa atividade agrícola, a concentração do nutriente nas águas diminui notoriamente”.
Apesar de ocorrer o lançamento de fósforo nas áreas agrícolas devido ao uso de fertilizantes, o impacto dessa fonte demonstra ser inexpressivo quando comparado com a contribuição decorrente da atividade urbana. “A utilização dos fertilizantes pode contribuir para o aporte de fósforo nas águas, porém, no caso do rio Tietê, a atividade urbana demonstra ser fundamental para o aumento na concentração do nutriente nas águas”, afirma.
Eutrofização das águas
Um dos reflexos do aumento da concentração de fósforo nos rios é a eutrofização, processo que permite a proliferação de algas e outras plantas aquáticas, sendo que o fósforo é considerado um nutriente essencial para a sua ocorrência. Segundo Claudia, “há a eutrofização natural, comum no meio ambiente, e a artificial, relacionada às intervenções humanas no uso de nutrientes. No caso específico da bacia do Tietê, o que ocorre é a eutrofização decorrente das ações desenvolvidas pelo homem na bacia”.
Os principais reflexos da eutrofização estão relacionados à degradação da qualidade da água utilizada para consumo e diminuição dos níveis de oxigênio no rio ou reservatório. “O desequilíbrio ambiental proporcionado pela eutrofização pode causar mortalidade de peixes e inviabilizar diversos usos da água, como a pesca, a recreação e, especialmente, o abastecimento público”, explica a pesquisadora.
Uso de detergentes
A utilização de fósforo nos detergentes e saponáceos, na forma de tripolifosfato de sódio (STPP), teve início logo após a 2ª Guerra Mundial e desde a década de 1960, seus impactos sobre a qualidade das águas são discutidos mundialmente. Atualmente, países como a Suécia, Alemanha e Japão, por exemplo, baniram o uso de STPP da fórmula desses produtos, já que esta tem sido considerada a principal fonte de fósforo nas águas.
Formas de reduzir a quantidade de fósforo no ambiente foram debatidas e estratégias, como educação ambiental e o “selo verde” para os detergentes livres de fosfato foram criadas. Paralelamente, passaram a ser estabelecidos critérios para a implantação de sistemas de tratamento de esgotos que possibilitassem a remoção desse nutriente antes de seu lançamento no meio ambiente. Com essas medidas, busca-se reduzir os níveis de utilização do fósforo e controlar a quantidade do nutriente lançada em rios e reservatórios, de forma a promover a melhoria da qualidade das águas de forma conjunta com a preservação das suas reservas, que são finitas e não renováveis.
“No Brasil, as discussões relacionadas à presença de STPP nos detergentes foram intensificadas desde o ano de 2005, quando foi implementada a Resolução nº 359 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Apesar dessa medida, estima-se que a quantidade de fósforo lançada nas águas devido ao uso de detergentes e saponáceos ainda seja muito grande. O estabelecimento de um processo de conscientização da população em relação a esse assunto, a evolução nas ferramentas para controle das fontes, bem como a adoção dos ‘selos verdes’ são propostas adotadas em diversas localidades do mundo que devem ser discutidas e implementadas também em nosso país”, conclui.
Mais informações: claugomes@usp.br
fonte:
Altas concentrações do nutriente fósforo em bacias hidrográficas, como a do Tietê, em São Paulo, podem ter forte relação com o nível de ocupação urbana. Esgotos domésticos, efluentes liberados por indústrias e uso de fertilizantes em regiões rurais são fatores que ajudam a aumentar os níveis do nutriente no meio aquático e podem, consequentemente, acelerar o processo de eutrofização das águas.
As particularidades do rio Tietê, como as diversas formas de uso e ocupação da bacia, elevada extensão territorial, presença de reservatórios e a variação da qualidade da água durante seu percurso foram ponto de partida para que a pesquisadora Claudia Maria Gomes de Quevedo iniciasse um estudo de caso relacionando as atividades humanas e a dinâmica do fósforo.
De acordo com o estudo de mestrado As atividades do homem e a evolução da dinâmica do fósforo no meio ambiente, , em áreas com alta concentração populacional, como a região metropolitana de São Paulo, os níveis de fósforo no Tietê foram mais altos se comparados às regiões tipicamente agrícolas na bacia. Claudia teve como orientador o professor Wanderley da Silva Paganini, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.
Segundo ela, “as concentrações de fósforo verificadas ao longo dos anos nas águas do Tietê são mais expressivas em áreas fortemente povoadas provavelmente devido ao esgoto doméstico, especialmente pelo uso de detergentes e saponáceos. Nas regiões menos urbanizadas da bacia e com intensa atividade agrícola, a concentração do nutriente nas águas diminui notoriamente”.
Apesar de ocorrer o lançamento de fósforo nas áreas agrícolas devido ao uso de fertilizantes, o impacto dessa fonte demonstra ser inexpressivo quando comparado com a contribuição decorrente da atividade urbana. “A utilização dos fertilizantes pode contribuir para o aporte de fósforo nas águas, porém, no caso do rio Tietê, a atividade urbana demonstra ser fundamental para o aumento na concentração do nutriente nas águas”, afirma.
Eutrofização das águas
Um dos reflexos do aumento da concentração de fósforo nos rios é a eutrofização, processo que permite a proliferação de algas e outras plantas aquáticas, sendo que o fósforo é considerado um nutriente essencial para a sua ocorrência. Segundo Claudia, “há a eutrofização natural, comum no meio ambiente, e a artificial, relacionada às intervenções humanas no uso de nutrientes. No caso específico da bacia do Tietê, o que ocorre é a eutrofização decorrente das ações desenvolvidas pelo homem na bacia”.
Os principais reflexos da eutrofização estão relacionados à degradação da qualidade da água utilizada para consumo e diminuição dos níveis de oxigênio no rio ou reservatório. “O desequilíbrio ambiental proporcionado pela eutrofização pode causar mortalidade de peixes e inviabilizar diversos usos da água, como a pesca, a recreação e, especialmente, o abastecimento público”, explica a pesquisadora.
Uso de detergentes
A utilização de fósforo nos detergentes e saponáceos, na forma de tripolifosfato de sódio (STPP), teve início logo após a 2ª Guerra Mundial e desde a década de 1960, seus impactos sobre a qualidade das águas são discutidos mundialmente. Atualmente, países como a Suécia, Alemanha e Japão, por exemplo, baniram o uso de STPP da fórmula desses produtos, já que esta tem sido considerada a principal fonte de fósforo nas águas.
Formas de reduzir a quantidade de fósforo no ambiente foram debatidas e estratégias, como educação ambiental e o “selo verde” para os detergentes livres de fosfato foram criadas. Paralelamente, passaram a ser estabelecidos critérios para a implantação de sistemas de tratamento de esgotos que possibilitassem a remoção desse nutriente antes de seu lançamento no meio ambiente. Com essas medidas, busca-se reduzir os níveis de utilização do fósforo e controlar a quantidade do nutriente lançada em rios e reservatórios, de forma a promover a melhoria da qualidade das águas de forma conjunta com a preservação das suas reservas, que são finitas e não renováveis.
“No Brasil, as discussões relacionadas à presença de STPP nos detergentes foram intensificadas desde o ano de 2005, quando foi implementada a Resolução nº 359 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Apesar dessa medida, estima-se que a quantidade de fósforo lançada nas águas devido ao uso de detergentes e saponáceos ainda seja muito grande. O estabelecimento de um processo de conscientização da população em relação a esse assunto, a evolução nas ferramentas para controle das fontes, bem como a adoção dos ‘selos verdes’ são propostas adotadas em diversas localidades do mundo que devem ser discutidas e implementadas também em nosso país”, conclui.
Mais informações: claugomes@usp.br
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