terça-feira, 29 de junho de 2010

Unesp recebe R$ 25 milhões para implantação do Núcleo de Estudos Avançados do Mar


Unesp e Ministério da Ciência e Tecnologia assinam parceria para implantar infraestrutura de pesquisa no litoral paulista

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) firmaram termo de compromisso para implantação da infraestrutura do Núcleo de Estudos Avançados do Mar, em São Vicente. A parceria prevê o aporte de R$ 25 milhões pelo MCT destinados exclusivamente para a aquisição de equipamentos para pesquisas. A camada pré-sal será um dos focos do núcleo, que terá outras cinco linhas de pesquisa principais: geologia, aquicultura, meio ambiente, recursos naturais e pesca.

O termo foi assinado na quinta-feira, 24, na sede da Prefeitura de São Vicente, com a presença do ministro interino Luiz Antonio Rodrigues Elias, do prefeito Tércio Garcia, do reitor Herman Jacobus Cornelis Voorwald e da pró-reitora de pesquisa Maria José Giannini, além de outras autoridades.

"A inauguração é uma medida extremamente significativa que eleva a capacidade do número de doutores, mestres e formandos dessa área", disse o ministro interino. Para o prefeito de São Vicente, a vinda de um centro de estudos voltado para o pré-sal coloca a cidade em destaque no Brasil e aponta para o futuro daquilo que o país precisa.

Os estudos do mar integram as metas do MCT para o desenvolvimento de áreas estratégicas relacionadas à exploração de hidrocarbonetos (petróleo, gás e carvão mineral, por exemplo). As recentes descobertas desses recursos em áreas do pré-sal (camada formada antes da faixa de sal depositada no fundo do mar), no litoral paulista, motivaram a universidade a propor um centro científico naquela região.

Após entendimento entre o reitor e o ministro Sérgio Rezende, em julho de 2009, a Pró-Reitoria de Pesquisa (Prope) elaborou o projeto. Em março, a prefeitura de São Vicente doou um terreno de aproximadamente cinco mil metros quadrados à universidade para a instalação do centro. O complexo envolverá 117 especialistas de todos os câmpus da Unesp.

"Jovens pesquisadores terão a oportunidade de se qualificar para atuar nos mais diversos segmentos que devem surgir a partir da exploração do pré-sal", destacou o reitor. Para Maria José, a instituição já tem um corpo científico forte nos temas que serão estudados no núcleo, mas esses pesquisadores atuam de forma dispersa. "O agrupamento dessas lideranças deve dar à Unesp e ao estado de São Paulo um protagonismo no setor", destacou a pró-reitora.

Aparato tecnológico

Alguns dos maquinários mais custosos que serão adquiridos para o núcleo com os recursos do MCT são os diferentes tipos de espectrômetros de massa. O instrumento pode, entre outras aplicações, analisar a densidade do petróleo bruto e detectar com precisão poluentes na água.

Os estudos em genômica se beneficiarão da aquisição de uma plataforma de análise genética, uma espécie de computador de alta capacidade que processa automaticamente informações contidas nos genes. Microscópios de força atômica, que conseguem distinguir átomos de diferentes elementos químicos, também serão de grande ajuda em pesquisas que envolvam nanotecnologia e microscopia.

Maria José prevê que o aparato tecnológico do núcleo atrairá estudiosos de alto nível entre alunos de graduação e pós, reunindo no mesmo lugar recursos humanos qualificados em várias áreas. O local oferecerá ainda suporte básico para a transferência de novas tecnologias à sociedade, além de ser um interlocutor entre a academia e empresas e órgãos estatais, como a Petrobrás, a Marinha Brasileira e o Ministério da Pesca e Aquicultura.

UNESPetro

Outra iniciativa da universidade para desenvolver pesquisas avançadas em geologia e meio ambiente é o UNESPetro (Centro de Pesquisas e Ensino em Geologia e Ciências Ambientais Aplicados ao Petróleo). A estrutura, criada em parceria com a Petrobrás, deve começar a funcionar em agosto no câmpus de Rio Claro. O órgão promoverá estudos relacionados às descobertas de reservas de hidrocarbonetos na bacia de Santos.

Para o diretor de Exploração e Produção da empresa, Guilherme Estrella, a Unesp possui em seus quadros 'expertise' em sistemas sedimentares. "Em associação a esse conhecimento, pretendemos que o Brasil seja uma referência científica no ramo."

Fonte: Unesp

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