quarta-feira, 22 de julho de 2009

Notícias-IQ-Unicamp desenvolve papel indicador de pH à base de frutas


"Papel indicador de pH universal usando papel de filtro qualitativo impregnado com extratos alcoólicos de frutas contendo antocianinas" é o nome de uma patente depositada pela Unicamp na Agência de Inovação (Inova), pronta para entrar em escala comercial. De autoria das pesquisadoras do Instituto de Química (IQ), Adriana Vitorino Rossi e Daniela Brotto Lopes Terci, o trabalho descreve papéis indicadores de pH, tiras de papel impregnadas com quatro corantes indicadores ácido-base.

Esses papéis podem ser usados em laboratórios para uma rápida obtenção de informação relacionada à concentração de ácido ou de base de diversos tipos de amostras. Seu princípio de ação é que o papel muda de cor em função do pH.

De acordo com Adriana, investigadora principal, normalmente no procedimento que se realiza para obter papel indicador de pH são utilizados indicadores sintéticos na impregnação. "E a etapa de secagem deve ser controlada sob atmosfera inerte e condições constantes", acrescenta.

As pesquisadoras do IQ desenvolveram o papel indicador de pH universal pela impregnação de papel de filtro qualitativo com extratos vegetais de Morus nigra (amora), Myrciaria cauliflora (jabuticaba), Syzygium cuminii (jabolão) e Vitis vinifera (uva), frutas encontradas em profusão em praticamente todas regiões brasileiras. "O desempenho do produto foi muito satisfatório e comparável aos produtos comerciais. É uma boa opção para escolas ou laboratórios com pouca infra-estrutura", diz.

As antocianinas, pigmentos naturais responsáveis por uma variedade de cores atrativas observadas nas flores, folhas e frutas – como azul, vermelho, violeta, rosa e laranja – têm propriedades curiosas, como o fato de mudar de cor diante de ácidos ou bases. A mais antiga definição de ácidos foi dada em 1663, por Robert Boyle, como ácidos que modificavam extratos de plantas para o vermelho, descrevendo indicadores de extratos de violetas, repolho roxo, rosas, pau-brasil e outras. O uso de indicadores naturais foi utilizado por mais de 200 anos, até o aparecimento de indicadores sintéticos.

Aproveitando a propriedade das antocianinas mudarem de cor com o pH, a pesquisa da professora Adriana agregou ainda a possibilidade de simplificar a obtenção de papel indicador de pH, empregando materiais naturais. Conheça outra patente do IQ desenvolvida por Adriana.

fonte:http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2004/07/22/iq-desenvolve-papel-indicador-de-ph-a-base-de-frutas-0

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